a ilha de arturo

  • título: A ilha de Arturo
  • autoria: Elsa Morante
  • tradução: Roberta Barni
  • ☆☆☆☆☆

    esse é o mês de falar das escritoras amadas pelas escritoras que eu amo, né? eis que terminei o que é talvez quiçá possivelmente o livro favorito da Elena Ferrante, ou pelo menos daquela que é talvez quiçá possivelmente a autora favorita dela, Elsa Morante. (inclusive o pseudônimo talvez quiçá possivelmente seja uma homenagem.)

    mas vamos ao Arturo & à ilha onde ele só não é a criança mais triste do mundo simplesmente porque não tem parâmetros. o coitado cresce num casarão caindo aos pedaços onde não entra mulher nenhuma, sob os des-cuidados do pai que só aparece por lá quando dá na telha, sem companhia nem escola nem regras sociais nem conhecimento nenhum do mundo (no entre guerras! na Itália!!) fora um punhado de livros que babam ovo de heróis & capitães & afins.

    a ilha? símbolo de isolamento. no meio dela? uma prisão num castelo, símbolo de isolamento dentro do isolamento. resultado: Arturo vive praticamente uma fábula de menino lobo, idolatrando um homem que não só não está nem aí pra ele como é um panaca em todos os outros aspectos. até que... ganha uma madrasta. & um irmão. ciúmes! desejo! ódio! tudo em grande escala!

    na tradução maravilhosa da Roberta Barni, a gente segue palavra por palavra, tombo por tombo, as ideias, sonhos, quereres & decepções de um menino que está disposto a viver & morrer por uma mitologia muito, muito pessoal. lindo. dá vontade de pegar ele no colo mas também de descer a porrada nele.

    aqui tem: mãe morta, o mar, isolamento, uma cã chamada Immacolata, livros de heróis, macarrão, tretas de família, prisão, sonhos de grandeza, um relógio muito especial, sexo, cachos, ataques de ciúme, demônios, verdades absolutas, viagens, xingar alguém de PARÓDIA.





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